quarta-feira, 16 de junho de 2010

Reflexão sobre o 4º módulo

O quarto módulo da formação incidiu sobre a competência da escrita e a forma como deve ser trabalhada nas aulas de Português.
É indubitavelmente difícil de dominar a “arte” da escrita, e não menos difícil é desenvolver e trabalhar com os alunos, esta competência. Cada vez mais se escreve pior, passe a expressão. Enquanto professora deparo-me, nos dias que correm, com textos de alunos sem articulação entre sectores, sem um sentido global e unificador do texto. Por acréscimo, atropela-se a ortografia e a sintaxe, e oblitera-se a pontuação. Torna-se, portanto, óbvio, que existe a necessidade premente de trabalhar e desenvolver, nos alunos, esta competência.
O processo da escrita deve ocorrer em três fases distintas, a da planificação do texto, a da textualização e a da revisão. Por outras palavras, temos um primeiro momento de pré-escrita em que deve ser planificado o texto no que concerne ao seu tema, à sua modalidade, à sua forma, à sua estrutura. O segundo momento será o da escrita do texto com base no plano previamente estabelecido. Finalmente, haverá um momento de pós-escrita, isto é, de revisão e aperfeiçoamento do texto produzido.
Nas minhas aulas, tenho trabalhado no sentido de orientar os meus alunos ao longo das três etapas supramencionadas, acompanhando de perto todo o processo da escrita. Não obstante, debato-me ainda com algumas dificuldades na obtenção de um produto final plenamente satisfatório de acordo com o que idealizei. Assim, vejo-me na obrigação de reflectir sobre a minha actuação. Será mais positivo orientar a planificação do texto de uma forma “fechada”, seguindo indicações precisas visto tratar-se de um quarto ano? Assim sendo, estarei a condicionar os alunos prejudicando a sua aprendizagem? Por outro lado, deverei permitir alguma “liberdade criativa” aos alunos, arriscando-me a obter um produto final que não corresponde ao esperado, prejudicando os resultados obtidos pelos alunos?
A verdade é que não existirá um modelo perfeito, não existirá uma fórmula que possamos aplicar e consequentemente resolver o problema. Até porque, tal como todas as outras, a competência da escrita dificilmente poderá ser trabalhada isoladamente. Recentemente, ouvi um autor publicado afirmar que uma das formas de aprender a escrever é ler, ler muito, como forma de desenvolver o vocabulário e contactar com diversos estilos de escrita. Ao pensar nas suas palavras, não pude deixar de reflectir nos princípios, que temos vindo a trabalhar nesta formação, de articulação entre as diferentes competências. De facto, não será possível trabalhar a competência escrita sem incidir sobre a leitura ou o conhecimento explícito da língua.
Por conseguinte, num segundo momento deste módulo, voltaram a trabalhar-se as sequências didácticas, no seguimento das sessões anteriores. Esta vertente mais prática da formação tem se revelado deveras útil e interessante, permitindo-me, de certa forma, visualizar as diferentes etapas do processo de trabalho de uma determinada competência, de forma articulada com as restantes e com vista à obtenção de um ou vários produtos finais. Para além disso, a troca de experiências entre os formandos, a discussão de diversas “experimentações” por parte dos colegas revela-se decisiva para o aperfeiçoamento, para o repensar das minhas próprias práticas pedagógicas o que, por certo, trará irrefutáveis benefícios para os meus alunos, afinal, é por eles que trabalhamos.

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